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  • Compact Disc (CD) + Digital Album

    O álbum vem acompanhado e envolvido por um livro, com as letras, fotos e poemas.
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  • Cassette + Digital Album

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1.
silenciar em paz (Felipe Antunes) acreditar acreditar na paz que a força dos teus olhos me faz preencher enquanto te observo sou silente silenciar silenciar em paz e assim poder tocar de ti fazer sentir estarmos em silêncio é o som do corpo do corpo teu do corpo meu em paz vibrando o mesmo passo sentindo o mesmo gosto daí mostrar-te às voltas nosso esforço se esforçar se esforçar na paz é o tempo que se perde fugindo da tormenta e a lágrima de chuva não faz corte lacrimejar lacrimejar de paz eu sei que às vezes arde que a dúvida sustenta mas toda carne queima enquanto viva poder viver poder viver em paz e a única certeza que faz mover-me em fase é de mover-te junto a nos acreditar acreditar acreditar na paz acreditar Felipe Antunes: voz e violão Tjalle Rens: violoncelo
2.
pássaro estranho (Felipe Antunes) às vezes penso que me perdi no tempo e pouco a pouco me fiz de louco pra suportar que o tempo vai passar e um dia vai parar pra nós e nesse após vou caminhar pela memória pra me curar conto a história aceito o pouco que somos acabar e quanto mais me ajeito mais lembro o tanto que me engano por tantos anos quis me soltar a cicatriz de dor é o céu dizendo filho meu seja o que é seu vamos brindar tome esse vento pássaro estranho me leve a tempo de repousar faça o que for possível diante do abismo quero acordar Felipe Antunes: voz e violão Tjalle Rens: violoncelo Participações Lenna Bahule: voz Fred Martins: violão
3.
Epidemia 09:29
epidemia (Felipe Antunes) a cidade toda suja precisava renascer foi chamado o diligente forasteiro da TV vacinando toda gente vou tratar de florescer em estado de piedade vi famílias suplicarem abismado foi sentindo que era grave a situação a cidade fora vítima de uma rara contração uma nova epidemia que aclamava solução implorava fortes gestos talvez por internação principiou muito adorado fornecendo parecer via putas na calçada ordenava recolher foi guardando pobres pretos feministas pra aprender pôs os padres tolerantes junto às bichas e os drogados a cidade foi ficando toda limpa dessa história toda limpa de insurgência, toda açoite, toda glória o passado se escorria, não havia mais tristeza quem ficava em liberdade tinha acesso à natureza mas o acesso vigiado, vasculhava competência só poeta vacinado declamava em decadência por fim, dentro de sua estafa, adormeceu despertou certo de que havia criado uma antiloucura numa sociedade transpirante — e agora antitranspirante — e que precisava devolver a cadência às declamações, os suores às inspirações, as prostitutas aos relentos e relinchos, os cantores aos cabarés imundos, e os autônomos aos sucos de laranja que espremiam em suas esquinas proibidas foi correndo atormentado libertando de uma vez toda gente que trancada mal sabia o que comer como porcos se embrenhavam de ter medo de morrer mas agora confiados tinham voz pra rebater foram em marcha organizados procurar o que se crer saquearam vacinados vacinaram seus bebês ele se pensava sano já sentia enlouquecer deu um tiro no prefeito internou-se a se esconder em pouco tempo tudo escapava da memória a cidade se contaminando foi de uma epidemia nova Felipe Antunes: voz e violão Tjalle Rens: violoncelo Participação Marcelo Castilha: Acordeom Almada Negreiros: Textos que introduzem e encerram a canção (trechos do Manifesto Anti-Dantas)
4.
Cru 03:58
(Felipe Antunes) cru tarde demais fica você um olho cru te faz cobrir em adoração peço mostrar aberto em dor faço-me entrar faço-me entrar aberto em dor peço mostrar em adoração te faz cobrir um olho cru fica você tarde demais ao sagrá-lo sempre vale prosseguir que no fundo todo mundo vai gozar do momento, engolimento, exortação falha o mundo, mas não falham fundo e vão Felipe Antunes: voz e violão Tjalle Rens: violoncelo
5.
modelo guanabara (Felipe Antunes / Jackeline Stefanski / Xis) o transe do cavalo / o transe da cavala a pata e o suor / a pata e o suor a força do acossado / a força da acossada o Deus raça maior / a Deusa (Adeus) raça maior Ciata é nossa Tia de santo a mãe falou branca a fantasia na casa do Sinhô o negro é poesia fetiche de patrão matéria de pesquisa viveiro-alçapão assim disse Abdias nascimento acabou brinca-se alforria na casa do Sinhô colônia e propriedade transcontinental imóvel liberdade de branco ou de avental é curiosidade pra peça de escritor é oportunidade (cadê o seu valor?) labor proprietário-otário-labor salve Carolina Jesus do Criador Teresa de Benguela Mahin Luisa Flor brinda-se alforria pro negro que aguentou o transe do cavalo / o transe da cavala a pata e o suor / a pata e o suor a força do acossado / a força da acossada o Deus raça maior / a Deusa (Adeus) raça maior Em maio (Oswaldo de Camargo) Já não há mais razão para chamar as lembranças e mostrá-las ao povo em maio. Em maio sopram ventos desatados por mãos de mando, turvam o sentido do que sonhamos. Em maio uma tal senhora Liberdade se alvoroça e desce às praças das bocas entreabertas e começa: "Outrora, nas senzalas, os senhores..." Mas a Liberdade que desce às praças nos meados de maio, pedindo rumores, é uma senhora esquálida, seca, desvalida e nada sabe de nossa vida. A Liberdade que sei é uma menina sem jeito, vem montada no ombro dos moleques ou se esconde no peito, em fogo, dos que jamais irão à praça. Na praça, a Esperança se encolhe ante o grito "Ó bendita Liberdade!” E esta sorri, e se orgulha, de verdade, do muito que tem feito... Felipe Antunes: voz Tjalle Rens (Holanda): violoncelo Participações Oswaldo de Camargo (Brasil): voz Xis (Brasil): voz Nastio Mosquito (Angola): voz Kika (Brasil): voz Lenna Bahule (Moçambique): voz Fred Martins (Brasil): violão Maria Eugênia Cirino Cardoso (tia Geni): introdução - Cantiga popular de lavoura
6.
Super-Homem — a canção (Gilberto Gil) um dia vivi a ilusão de que ser homem bastaria que o mundo masculino tudo me daria do que eu quisesse ter que nada minha porção mulher, que até então se resguardara, é a porção melhor que trago em mim agora é a que me faz viver quem dera pudesse todo homem compreender, oh, mãe, quem dera ser o verão o apogeu da primavera e só por ela ser quem sabe o Super-Homem venha nos restituir a glória mudando como um Deus o curso da História por causa da mulher Felipe Antunes: voz e violão Participação Leonardo Mendes: violão
7.
Espelhos 03:32
espelhos (Felipe Antunes / Jackeline Stefanski) eu queria poder não chorar pra que chorar se tudo está sempre em transformação? digo isso pois sei me apegar e o nosso estado é complicado à sombra da razão a vida vai romper na morte que afinal vou ter um fio d'água teima em cair e pela face um vitral de espelhos força se espalhar o tempo e a razão, de tanta imensidão, vão ser engano não tem tristeza que aguente a certeza eu perco o medo eu mudo pra não emudecer eu queria só poder chorar porque chorar é como estar sempre em transformação o sangue estanque entre o céu da boca e a garganta! um sopro, um gole, pobre coração no fundo, acende, apaga e aceita a condição Felipe Antunes: voz e violão Tjalle Rens: violoncelo
8.
notícias (Felipe Antunes) quanta gente vai ter que engolir quanta gente nem vai se abalar quanta história vai chegando ao fim quantos fins que nem vão começar se a gente já não vai sorrir que motivo pra poder chorar e eu já li em algum lugar e eu já sei por onde começar eu nunca soube como me cuidar mas aprendi pra poder te ensinar não é isso que você pediu e é por isso que eu quero te dar eu não sabia que era assim e não tive tempo de me informar você disse pra eu me cuidar e agora reza pra poder me ver nem sei bem em que lugar estou e tenho pena de quem me encontrar será que é isso esse outro lugar? será que é tudo que eu mereci? ainda não te encontrei mas eu não canso de te procurar não é isso e a gente combinou ir embora pro mesmo lugar ainda vou te procurar meu telefone eu também perdi mande notícia pra qualquer lugar diz pros pais já pode descansar e era isso que eu te prometi só isso não pude lembrar Felipe Antunes: voz e harmônio Tjalle Rens: violoncelo Participação Kika: voz

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released August 10, 2018

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Felipe Antunes São Paulo, Brazil

Musician, singer, songwriter and researcher with three Latin Grammy and one Shell`s Theater Prize nominations. Graduated and postdoctoral in Materials Science and Engineering. Has recent artistic collaborations with artists from Angola, Argentina, Cabo Verde, Netherlands, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, etc. ... more

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